quarta-feira, 5 de maio de 2010

Falta alguma coisa...

"Frequentemente, sentimos falta de algo quase imperceptível, algo que não é mental, intelectual. Até mesmo nas situações privilegiadas, em que pensamos estar satisfeitos, logo surge esse sentimento sutil de que algo nos falta. Temos, então, a prova de que a vida material não é suficiente, e saímos em busca de algo mais espiritual. Esse algo que nos falta é  encontrar e tocar nosso próprio potencial de paz.
A paz é uma manifestação natural da mente através da alma.. Na realidade precisamos estimular a compreender que aquilo que estamos procurando fora de nós se encontra em nosso interior. Neste sentido, procurar a paz fora de nós nos afasta mais ainda dela. É como se nos desesperássemos para chegar a algum lugar, quando não há lugar nenhum para ir, tudo está aqui mesmo.
A paz não é algo que podemos compreender com um raciocínio lógico, por isso, não é possível idealizá-la, apenas reconhecê-la e vive-la...Nosso problema é que não sabemos reconhecer a positividade. Primeiro, é preciso reconhecer a paz interna, para depois desenvolvê-la, senão a perderemos novamente". Gangchen Rinpoche
 
O primeiro passo é reconhecer a presença de uma mente satisfeita e feliz. Podemos começar apenas identificando este estado mental no momento em que nos refrescamos o corpo quente com um banho de água fresca, quando nos sentimos em sintonia com o olhar ou com as palavras de uma outra pessoa, com a cena de um filme que nos emociona, com nossa sintonia com a natureza, com a tranqüilidade que estamos sentindo em um exato momento, ou quando fazemos ou vivemos algo que nos faz felizes, esmo que momentaneamente.
Pode parecer simples demais, mas a lógica é bem clara: o efeito dos estados mentais é semelhante àquele cultivado. Ou seja, só paz gera paz. Neste sentido, a insatisfação em si nunca pode se tornar satisfação, assim como a tristeza não se transforma naturalmente em felicidade.
Ao aprender a reconhecer em nossa mente a paz e a satisfação, estaremos treinando a confiança em nosso potencial de entrega e sensação de plenitude. Quem sabe assim, estaremos também mais preparados para aceitar o processo da morte e da vida como uma experiência de grande graça, alegria, relaxamento e preenchimento de todo e qualquer vazio que esteja presente em nossas almas.

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